A indústria das bebidas, através de uma onda maciça de campanhas publicitárias, tem inserido cada vez mais os energéticos na rotina dos brasileiros. Essas bebidas à base de taurina, cafeína e outras substâncias prometem, especialmente, o fim do cansaço e um ânimo extra para encarar a rotina do dia a dia ou uma balada que vai até altas horas da madrugada.

Apesar de a ideia ser a de energia e disposição – até mesmo para realizar exercícios físicos -, as bebidas energéticas podem alterar significativamente o funcionamento do seu coração, levando a uma série de problemas cardíacos.

Estudo publicado no Journal of American Heart Association, mostrou que as bebidas energéticas com cafeína podem elevar a pressão arterial e até mesmo alterar temporariamente o sistema elétrico do seu coração.

Foram recrutadas 34 pessoas, com idades entre 18 e 40 anos. Elas foram divididas em dois grupos: um consumia bebidas energéticas com 304 e 320 miligramas de cafeína, enquanto o outro tomava uma espécie de placebo de água gaseificada, com suco de limão e aroma de cereja.

Os participantes que tomaram a bebida energética mostraram intervalos QT mais altos – ou seja, o tempo que as câmaras inferiores do coração levam para se contrair. Intervalos muito curtos ou longos podem causar arritmia, uma condição em que o órgão bate de forma anormal. O grupo do energético também teve um aumento significativo na pressão arterial sistólica e diastólica, observaram os pesquisadores.

Segundo a equipe, esse resultado pode estar sendo causado pela combinação de ingredientes ou por um ingrediente específico, mais ainda não foi possível identificar.

“A preocupação é que as vitaminas, aminoácidos e ervas estejam frequentemente em concentrações mais altas do que quando encontrados naturalmente em alimentos ou plantas. Também nos preocupamos com os efeitos aumentados da combinação entre esses ingredientes quando combinados, especialmente com cafeína”, comentou Katherine Zeratsky, da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, à CNN. 

A Organização Mundial de Saúde considera o líquido um perigo em potencial para a saúde pública.