Receber a notícia de que será necessário implantar um marcapasso pode gerar apreensão. Afinal, qualquer intervenção no coração costuma causar medo. No entanto, o marcapasso é uma tecnologia segura, consolidada e que tem transformado a vida de milhares de pacientes ao redor do mundo.

Neste artigo, a equipe da IACOR esclarece as principais dúvidas sobre o marcapasso cardíaco: o que é, em quais casos é indicado e como é feito o procedimento de implante. Acompanhe a leitura e fique mais tranquilo com a informação certa!

O que é o marcapasso cardíaco?

O marcapasso é um pequeno dispositivo eletrônico que tem a função de monitorar e regular os batimentos do coração. Ele entra em ação especialmente quando o ritmo cardíaco está mais lento ou irregular do que o normal, ajudando o coração a manter sua função de bombear o sangue de forma eficiente.

O aparelho é composto por eletrodos que se conectam ao coração e por um gerador de impulsos elétricos, que fica posicionado sob a pele, geralmente na região do tórax. Quando detecta alterações no ritmo cardíaco, o marcapasso envia pequenos estímulos elétricos que auxiliam o coração a bater no ritmo adequado.

Existem três tipos principais de marcapasso:

  • Definitivo: implantado cirurgicamente, é o mais comum e permanece de forma contínua no corpo.
  • Transvenoso: utilizado temporariamente em situações de emergência, com eletrodos inseridos por veia até o coração.
  • Transcutâneo: também de uso temporário e emergencial, funciona com eletrodos posicionados externamente no tórax.

Quando o marcapasso é indicado?

O marcapasso é recomendado quando o coração apresenta dificuldade em manter um ritmo normal. A principal condição associada é a bradicardia, que é quando os batimentos estão mais lentos do que o necessário. Essa lentidão pode causar cansaço, tonturas, desmaios e até risco de parada cardíaca.

Entre os principais problemas cardíacos que podem levar à indicação do marcapasso estão:

  • Bloqueios atrioventriculares;
  • Doença do nó sinusal;
  • Insuficiência cardíaca avançada;
  • Cardiomiopatia hipertrófica;
  • Doença cardíaca congênita;
  • Síncope neurocardiogênica;
  • Bloqueio bifascicular crônico;
  • Síndrome do seio carotídeo.

A decisão sobre a necessidade do marcapasso deve sempre ser feita por um cardiologista, com base em exames detalhados e uma avaliação clínica completa.

Como é feito o implante do marcapasso?

O implante do marcapasso é um procedimento relativamente simples e seguro, realizado por um cardiologista intervencionista em ambiente hospitalar. Pode ser feito com anestesia local e sedação, ou em alguns casos com anestesia geral.

Durante a cirurgia, é feita uma pequena incisão próximo ao ombro para acessar uma veia (geralmente a subclávia). Por esse acesso, o eletrodo é conduzido até o coração e conectado ao ventrículo direito. O outro extremo é ligado ao gerador, que ficará posicionado sob a pele.

A recuperação costuma ser rápida, e muitos pacientes recebem alta no dia seguinte. É importante, no entanto, seguir as orientações médicas, evitar movimentos bruscos com o braço do lado do implante e comparecer às consultas de acompanhamento.

Como é a vida com um marcapasso?

Após o implante, é possível ter uma vida ativa e saudável, com algumas precauções importantes:

  • Evitar campos eletromagnéticos intensos, como os de transformadores e grandes micro-ondas;
  • Informar sobre o marcapasso em aeroportos e bancos, pois o dispositivo pode ser detectado por aparelhos de segurança;
  • Manter o celular e outros eletrônicos afastados da região do marcapasso (cerca de 15 cm de distância);
  • Avisar médicos e técnicos antes de realizar exames como ressonância magnética ou tomografia, pois alguns equipamentos podem interferir no funcionamento do dispositivo;
  • Seguir corretamente o uso dos medicamentos prescritos e comparecer às consultas regulares.

O marcapasso é para o resto da vida?

Nem sempre. Em alguns casos, o marcapasso pode ser usado de forma temporária, quando o distúrbio do ritmo cardíaco é transitório. Porém, em doenças cardíacas crônicas, o uso do dispositivo tende a ser definitivo, com necessidade de trocas periódicas do gerador conforme a vida útil da bateria.

Preciso mesmo de um marcapasso?

Se você tem sintomas como cansaço extremo, desmaios ou histórico de doenças cardíacas, é fundamental procurar avaliação com um cardiologista. Só um especialista poderá realizar os exames necessários, interpretar os resultados e recomendar ou não o uso do marcapasso.

A boa notícia é que, com o acompanhamento certo e o uso adequado da tecnologia, é possível viver com mais segurança e qualidade de vida.Ficou com dúvidas? A equipe de cardiologistas da IACOR está pronta para te atender com atenção, cuidado e tecnologia de ponta. Agende sua consulta e cuide do seu coração com quem entende do assunto.